RURAL NO SEMIÀRIDO NORDESTINO
A Agricultura,
é uma atividade sazonal, intrinsecamente. No semiárido do Nordeste,
essa sazonalidade é ainda mais, frequentemente atropelada por veranicos
intensos, causando a frustação das lavouras temporárias usuais. A
solução aponta para as plantas perenes e xerófilas, de longos períodos
de maturação; complementares à Pecuária de ruminantes, igualmente
calcada em pastos perenes de demorada formação, que precisam ser
mantidos, na chuva e no longo período seco, anual, normal. Seriam
investimentos de prazos longos, carentes de conhecimento e
racionalização.
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Em qualquer sítio ou fazenda, há despesas contínuas, durante todo o ano
e receitas, apenas, na colheita. O Crédito Rural converte-s, assim, em
um “insumo técnico intrínseco”da
produção, do mesmo quilate que a chuva, a semente qualificada e os
tratos culturais da atividade,a ser tratado por quem sabe sobre a terra.
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Nos países economicamente adiantados, técnicos e governantes já não
tratam mais sobre crédito rural, como incentivo de caráter financeiro
essencial para produzir a comida . Isso é assunto bem resolvido, lá
atrás. Já se ocupam é com o tipo e a quantidade de subsídios a serem
injetados no processo produtivo, fixador do homem no campo, numa relação
direta com a área a cultivar, o número de animais criados, os
equipamentos a adquirir, ou uma nova tecnologia a implantar.
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Fui dizer isso para uma platéia de técnicos de uma Agência de Fomento
nordestina e um seu Diretor, contestando, respondeu que nos países
citados fazia-se assim, porque eles eram ricos ...Saí de lá pensando que
eles enriqueceram...porque fizeram assim.
-O crédito rural no Brasil e,sobretudo no NE, e, mesmo, historicamente
uma viagem pela contramão. Não é formulado tecnicamente, de acordo com
as realidades e vocações de cada latitude. É um exercício mesquinho de
burocratas urbanóides, contaminado por um financismo simplório, que não
serve nem ao progresso dos produtores e nem à segurança do Banco, Não ajuda ao desenvolvimento econômico-social,de ninguém.
-A
“renegociação das dívidas rurais” já se converteu numa rotina, penosa e
cruel, para quem teima em produzir na terra,sobretudo no Nordeste seco.
No Sudeste x Centro Sul, a cantilena é a mesma, mas conseguem, de
melhor modo, um desfecho positivo para os produtores. E lá não existem
as secas daqui, um terrível agravante, não compreendido.
-Só
nos resta persistir sofrendo e confiar na Providência Divina, através
do filho de Deus Jesus, coterrâneo nosso pelo Cariri de Nazaré.